Thursday, May 15, 2003

Inventor propõe uso de planta da maconha em habitações

Casas feitas com uma fibra retirada da planta Cannabis sativa, a mesma da qual é extraída a maconha, podem resolver o problema habitacional na África do Sul, segundo o inventor sul-africano Andre du Plessis.

"Decidi me concentrar nos maiores problemas da África do Sul: terra e moradia", disse o inventor. 

Du Plessis conta que teve a idéia de pesquisar o uso da planta como material de construção na época em que estava desempregado.

Na África do Sul, milhões de pessoas vivem em favelas, com péssimas condições de moradia, e poderiam se beneficiar da solução.

Barato

Segundo du Plessis, casas de cânhamo (como é chamada a planta) poderiam solucionar a crise da habitação na África do Sul por serem bem mais resistentes e baratas do que as construídas com materiais convencionais.

Du Pleiss conta já ter construído um protótipo com 50 centímetros de altura. "Por enquanto, ainda não obtive os recursos para construir um modelo de tamanho normal", diz o inventor.

Desde que Du Plessis começou a alardear as vantagens das casas de cânhamo, muitas pessoas começaram a dizer, em tom de brincadeira, que se uma de suas moradias pegasse fogo haveria mais pessoas correndo em direção às chamas do que fugindo delas. 

Mas du Plessis dissem em entrevista à BBC que se uma dessas casas pegasse fogo, a fumaça que ela liberaria não teria o efeito provocado pela maconha. Por isso, não haveria também porquê alguém arrancar pedaços da casa para fumá-los. 

De acordo com o inventor, a fibra extraída da planta de Cannabis seria misturada com areia e com limão. 

"É um material que parece cimento – cuja cor oscila entre o cinza e o marrom." Ele acresenta ainda que os componentes da casa também não teriam cheiro de maconha.

Frustração

De acordo com du Plessis, o cimento feito de cânhamo é seis vezes mais resistente e barato do que o convencional.

Mas ele conta que o governo sul-africano não se interessou pela idéia. O inventor disse que mandou entre 30 e 40 cartas propondo o projeto, mas autoridades sul-africanas o rejeitaram.

"É frustrante quando você propõe alguma coisa que só pode vir a ajudar a África do Sul. Não estou fazendo isso visando a um lucro pessoal." 

Du Plessis argumenta ainda que as novas construções gerariam diversos empregos, graças às plantações de Cannabis e de limão e dos vários carregamentos de areia que seriam empregados.

O custo aproximado, conta ele, seria de aproximadamente 15 mil rand (cerca de R$ 6 mil) para cada moradia de 82 m2. 

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